Fan Page

quarta-feira, 16 de março de 2011

Remorso Póstumo

Quando fores dormir, ó bela tenebrosa,

Em teu negro e mamóreo mausoléu, e não

Tiveres por alcova e refúgio senão

Uma cova deserta e uma tumba chuvosa;

Quando a pedra, a oprimir tua carne medrosa

E teus flancos sensuais de lânguida exaustão,

Impedir de querer e arfar teu coração,

E teus pés de correr por trilha aventurosa,

O túmulo, no qual em sonho me abandono

- Porque o túmulo sempre há de entender o poeta -,

Nessas noites sem fim em que nos foge o sono,

Dir-te-á: "De que valeu, cortesã indiscreta,

Ao pé dos mortos ignorar o seu lamento?"

- E o verme te roerá como um remorso lento

0 Consolos:

Postar um comentário

 

Blogger news

Blogroll

About

Free Black Glitter Precision Select MySpace Cursors at www.totallyfreecursors.com

Copyright © ††† Madame Vedder ††† Design by BTDesigner | Blogger Theme by BTDesigner | Powered by Blogger